Exoesqueletos

A imagem é forte. Me disse uma amiga: trocaram meu filho. Tiraram a criança que eu tinha e, no lugar, deixaram alguém diferente. Neurodiverso. Atípico. Com necessidades especiais. Uma ciranda de termos bem-intencionados que buscam maquiar e absorver o impacto da avassalante e insistente ideia de “doente”. Meu filho se foi e “os especialistas” me…

Encarando um diagnóstico

Existem basicamente duas posturas da família frente a um diagnóstico: aceitar ou negar. Quem aceita costuma ver o diagnóstico como uma explicação; muitas famílias sentem até um certo alívio pela confirmação de que suas intuições estavam corretas e, de fato, havia algo diferente com a criança. Até algum eventual sentimento de culpa que a família…

Quais as opções terapêuticas no TEA?

Dando sequência ao outro post, vou falar um pouquinho sobre o que mais existe fora o ótimo ESDM e suas variações (como JASPER). Existem várias práticas baseadas em evidência (evidence based practices, ou EBP), estudadas há décadas e que, para algumas crianças, são mais efetivas do que os métodos naturalistas. Existe um documento, periodicamente atualizado,…

Denver não é para todo mundo

Eu sou abertamente fã do método Denver de estimulação precoce. Bem conduzido, acho que ele é uma forma extremamente gentil e prazerosa de estimular a comunicação e a interação social, a reciprocidade social e habilidades básicas de comunicação e imitação – que precisam ser estimuladas de forma mais ostensiva ou sistemática em crianças no espectro…

Não basta falar

Uma das principais causas de atraso no diagnóstico de TEA é a criança falar. Nem sempre é fácil reconhecer que uma criança que fala tem um atraso de linguagem. A verdade é que existem várias diferenças entre uma criança que tem somente atraso na fala e uma criança com autismo. A principal delas – nem…

O TDAH e as emoções

Geralmente a suspeita de um possível diagnóstico de TDAH (transtorno de déficit de atenção/hiperatividade) é feita por uma ou outra das características abaixo: Desatenção: dificuldade de prestar atenção (manter o foco, a concentração) e alta distratibilidade (facilmente distraído por estímulos externos, p.ex., passarinho na janela, e por estímulos internos, p.ex. divagação do pensamento). Ao não…

E se meu filho for autista?

Quase que por acaso, enquanto trabalhava na revisão técnica de um livro, descobri este texto. Confesso que não o conhecia, embora pesquisando me parece que hoje ele é um texto bastante famoso. Foi escrito em 1987 por Emily Perl Kingsley e chama-se “Bem-vindo à Holanda”. É um relato extremamente singelo e, ao mesmo tempo, profundamente…