Quando as crianças típicas desenvolvem autocontrole emocional e, a partir daí, a capacidade de autorregulação do comportamento, parte do que elas estão fazendo é internalizar suas emoções. Ocultá-las da exibição pública. A reação emocional existe, mas a criança é capaz de freá-la a ponto de não exibir publicamente aquilo que está sentindo.
Isso é muito importante. Não só serve como evidência de um amadurecimento na forma de agir, interagir e reagir a diferentes pessoas e situações, como cria as bases de algo essencial para aprendizagem – a motivação interna.
Existe uma relação muito interessante entre emoção e ação (os publicitários sabem bem disso). São as emoções que primeiro nos dizem se avaliamos algo como positivo, negativo; prazeroso ou desagradável; ou apenas neutro. Essa reação emocional serve como uma bússola para nos encorajar a continuar naquela direção ou, ao contrário, girar 180 graus e mudar de rota, interrompendo uma atividade.
Internalizar a emoção permite que a criança encontre, dentro de si, a motivação intrínseca para persistir num determinado objetivo. O que chamamos de persistência, vontade, determinação é, em última análise, isso: ser capaz de motivar-se internamente. Não precisamos de um prêmio, uma recompensa, um incentivo ou um encorajamento externo. Usamos nosso estado motivacional como força para finalizar projetos e concluir atividades – sem precisar, como as crianças pequenas (ou aquelas com TDAH), de incentivo ou recompensas frequentes.