Não acredito que exista uma resposta única, universalmente aceita, mas algumas coisas estão bem estabelecidas hoje. Primeiro, o diagnóstico é possível antes dos 18 meses, porém ele é mais impreciso, mais sujeito a erros, mais incerto nessa idade. A partir de 24 meses, o diagnóstico é possível e estável, querendo dizer, um profissional experiente já consegue ver com clareza os comportamentos característicos do TEA numa criança de 24 meses, deixando pouca ou nenhuma dúvida sobre o diagnóstico. O diagnóstico sendo feito antes dos 30 meses (2 anos e meio) é ótimo. Até 36 meses ainda considero bom também.
Mas a dura realidade é que, mundo afora, o diagnóstico é feito de forma tardia, e a média (de 5 anos) é estarrecedora. Discussões à parte, intervenção precoce ainda é a ferramenta mais efetiva de tratamento. Quanto de oportunidade de ajudar essas crianças se perde com esses diagnósticos tardios?
Mas é claro que isso depende muito da intensidade dos sintomas. Crianças com um funcionamento melhor – geralmente as que falam e se comunicam mais – costumam ter diagnósticos mais tardios, às vezes apenas na idade escolar, entre 6 e 9 anos (e nem sempre isso é um problema). Diagnósticos feitos na adolescência ou idade adulta são sempre tardios, porque o TEA é um transtorno do neurodesenvolvimento, ou seja, que tem início obrigatoriamente na infância. Ninguém “vira” autista (embora, sim, existam os autismos regressivos). Mas sobre isso escrevo outra hora.