Não é porque os sistemas classificatórios internacionais de doenças (DSM e a CID) aboliram os subtipos e subgrupos de “autismos” que devemos esquecer completamente alguns desses grupos bem caracterizados ao longo de décadas de estudos e pesquisas clínicas. É verdade que, hoje, formalmente, existe apenas o “espectro” – todo indivíduo com sintomas de autismo (leves ou graves) receberá o diagnóstico final de “Transtorno do Espectro Autista”. Mas, como o próprio nome diz, existe todo um espectro por trás do autismo.
Um dos mais claros e reconhecíveis é a síndrome de Asperger, que recebe esse nome em homenagem ao psiquiatra austríaco que a descreveu originalmente. No quadro abaixo, resumo os principais aspectos encontrados nos indivíduos com Asperger. Nem todo mundo terá todos esses, mas uma composição dos itens em cada uma das 3 colunas é essencial para pensar nesse diagnóstico. Uma das questões mais centrais a esse diagnóstico diz respeito à fala e à linguagem, já que são crianças que (diferentemente do TEA clássico) não tem história de atraso no desenvolviemento da linguagem, mas apresentam algo muito característico no modo como falam (tanto no jeito de falar, quanto naquilo sobre o que falam).