O diagnóstico de TDAH, particularmente em crianças menores, que ainda não são capazes de refletir sobre os comportamentos e dificuldades que apresentam, é desafiador. Quando uma criança é trazida à consulta por queixas de desatenção ou agitação excessiva, existem vários fatores a serem considerados além da presença de sintomas característicos do transtorno, que descrevo resumidamente abaixo:

  • DESATENÇÃO: é esquecido, perde as coisas, parece viver no mundo da lua, é desorganizado, precisa ser constantemente lembrado de fazer as coisas, se atrapalha com instruções, parece não escutar quando é chamado.
  • HIPERATIVIDADE: parece ligado na tomada, sempre a mil, não pára quieto, escala móveis, é impulsivo, fala coisas sem pensar, fala demais, perturba os outros, se intromete na conversa alheia ou se atravessa nas atividades ou brincadeiras dos outros.

Ocorre que esses comportamentos podem ser normais, dependendo da intensidade e da idade da criança; podem também ser sintomas de outros diagnósticos; e podem ainda ser apenas reativos a uma situação adversa que a criança encontra em casa ou na escola.

Não existem exames que confirmem o diagnóstico e também não bastam os sintomas isoladamente. Assim, somente aceite um diagnóstico de TDAH após uma observação atenta da criança e uma análise cuidadosa de todo o contexto onde ela está inserida.