Existem basicamente duas posturas da família frente a um diagnóstico: aceitar ou negar.
Quem aceita costuma ver o diagnóstico como uma explicação; muitas famílias sentem até um certo alívio pela confirmação de que suas intuições estavam corretas e, de fato, havia algo diferente com a criança. Até algum eventual sentimento de culpa que a família possa carregar costuma ser aliviado no momento em que se esclarece a origem biológica, genética, de um transtorno do neurodesenvolvimento. Para ser clara: nenhuma família é capaz de causar autismo, dislexia ou TDAH, por exemplo.
Do outro lado, entre as que negam, geralmente existe, na base, uma dificuldade de ver as dificuldades do filho como dificuldades reais. Surgem explicações, interpretações, comparações – tentativas várias de negar a diferença. O problema com esse comportamento – que é natural e compreensível – é que ele mantém criança e família presas no escuro.
Ao contrário do que possa parecer, um diagnóstico não é uma sentença. Não é o fim, mas sim o começo. Um diagnóstico é uma chave para entender e, principalmente, saber como ajudar a criança. Um diagnóstico ajuda a saber ao que estar atento. Ajuda a buscar colaborações, parcerias, informação. Ajuda a saber o que esperar – sem jamais ser condenatório.
Porque qualquer que seja o diagnóstico, o caminho que cada criança (e cada família) irá trilhar é altamente individual – e algo imprevisível. Alguns terão uma jornada difícil, outros não. Mas aqueles que estiverem apoiados por famílias compreensivas, atentas e abertas a aceitar a diferença certamente terão uma jornada melhor.