Uma das perguntas – talvez A pergunta – que mais angustia os pais de crianças com diagnóstico recente de autismo é se o filho vai ou não falar. Estudos longitudinais, que acompanharam conjuntos de crianças com TEA ao longo de vários anos, nos dão algumas pistas para essa resposta. Ainda que seja impossível prever com certeza, alguns fatores são indicativos de bom prognóstico quanto ao desenvolvimento da linguagem.
- Falar alguma(s) palavra(s). Crianças que não falam nenhuma palavra até 24 meses tem maior risco de não desenvolver a linguagem.
- Exibir atenção compartilhada. Talvez o preditor mais importante – a capacidade da criança seguir a sua direção e olhar para onde você está olhando ou ser capaz de direcionar a atenção do adulto através de gestos (como apontar), dar ou trazer objetos. No desenvolvimento típico isso se desenvolve até os 18 meses e é considerado pré-requisito para o desenvolvimento da linguagem.
- Ser capaz de imitar. Embora a capacidade de imitar ações motoras simples seja importante, o fator mais crítico parece ser a imitação verbal, o que inclui a capacidade de imitar sons e expressões faciais.
Fatores como a gravidade do autismo e as medidas cognitivas ou de inteligências (QI), assim como a presença de comportamentos repetitivos e estereotipias não são bons preditores iniciais ou precoces, mas em crianças maiores de 4-5 anos já podem ser valorizados de forma mais significativa.