Causas
A apraxia da fala na infância tem várias causas possíveis, mas em muitos casos uma causa não pode ser determinada. Geralmente não é possível identificar através de exames (tomografia, ressonância ou eletroencefalograma) um problema no cérebro de uma criança com apraxia.
Embora incomum, a apraxia pode ser o resultado de doenças (neurológicas) ou secundária a lesões, como acidente vascular cerebral, infecções ou traumatismo crânio-encefálico.
A apraxia também pode ocorrer como sintoma de um distúrbio genético, síndrome ou condição metabólica, incluindo galactosemia e síndrome de Koolen de Vries. Anormalidades no gene FOXP2 parecem aumentar o risco de apraxia da fala na infância e outros distúrbios da fala e da linguagem. Outros genes e regiões cromossômicas já foram mapeados em associação à apraxia verbal, incluindo BLC11A, KANSL1, GRIN2A e SETBP1.
Complicações
Muitas crianças com apraxia da fala têm outros problemas que afetam sua capacidade de se comunicar. Esses problemas não são devidos à apraxia, mas podem ser vistos junto com a apraxia.
- Atrasos no desenvolvimento cognitivo e motor
- Problemas com a leitura, ortografia e escrita
- Dificuldades com a coordenação motora grossa e fina
- Hipersensibilidade, no qual a criança pode não gostar de algumas texturas nas roupas ou na textura de certos alimentos, ou a criança pode não gostar de escovar os dentes
Diagnóstico
Para avaliar a condição do seu filho, deve ser feita uma revisão dos sintomas e do histórico médico, uma avaliação da utilização dos músculos da fala e do corpo, e uma análise de como ele produz sons, palavras e frases. Habilidades de linguagem, como vocabulário, estrutura das frases e capacidade de entender a fala também são avaliadas.
O diagnóstico de apraxia não se baseia em nenhum teste e depende fundamentalmente do padrão de problemas que são vistos. Os testes específicos realizados durante a avaliação dependerão da idade do seu filho, da capacidade de cooperar e da gravidade do problema da fala.
Às vezes, pode ser difícil diagnosticar a apraxia, principalmente quando a criança fala muito pouco ou tem dificuldade em interagir.
O que buscar na avaliação:
- Testes auditivos. Exames auditivos são importantes para determinar se os problemas de audição (ainda que sutis) podem estar contribuindo para os problemas de fala do seu filho.
- Avaliação oro-motora. Um fonoaudiológico deve examinar seu filho (lábios, língua, mandíbula e palato) em busca de problemas estruturais, como a língua presa ou fenda palatina, ou outros problemas, como baixo tônus muscular. O fonoaudiólogo vai observar como ele move os lábios, a língua e a mandíbula em atividades como soprar, sorrir e beijar.
- Avaliação de fala. A capacidade de emitir sons, palavras e frases será observada durante situações de jogo ou outras atividades lúdicas. Pode-se pedir ao seu filho que nomeie figuras ou partes do corpo para ver se tem dificuldade em emitir sons específicos ou em pronunciar certas palavras ou sílabas.